HISTORIA DA CAPOEIRA NO BRASIL

Durante o século XVI, Portugal enviou escravos para
a América do Sul, provenientes da África Ocidental. O Brasil foi o maior
receptor da migração de escravos, com 42% de todos os escravos enviados através
do Atlântico. Os seguintes povos foram os que mais frequentemente eram vendidos
no Brasil: grupo sudanês, composto principalmente pelos povos Iorubá e Daomé, o
grupo guineo-sudanês dos povos Malesi e Hausa, e o grupo banto (incluindo os
kongos, os Kimbundos e os Kasanjes) de Angola, Congo e Moçambique.
Os negros trouxeram consigo para o Novo Mundo as
suas tradições culturais e religião. A homogeneização dos povos africanos sob a
opressão da escravatura foi o catalisador da capoeira.
A capoeira foi desenvolvida pelos escravos do
Brasil como forma de resistir aos seus opressores, praticar em segredo a sua
arte, transmitir a sua cultura e melhorar o seu moral. Há registros da prática
da capoeira nos séculos XVIII e XIX nas cidades de Salvador, Rio de Janeiro, e
Recife, porém durante anos a capoeira foi considerada subversiva, sua prática
era proibida e duramente reprimida. Devido a essa repressão, a capoeira
praticamente se extinguiu no Rio de Janeiro, onde os grupos de capoeiristas
eram conhecidos como maltas, e em Recife, onde segundo alguns a capoeira deu origem
à dança do frevo, conhecida como o passo.
Em 1932, Mestre Bimba fundou a primeira academia de
capoeira do Brasil em Salvador. Mestre Bimba acrescentou movimentos de artes
marciais e desenvolveu um treinamento sistemático para a capoeira, estilo que passou
a ser conhecido como Regional. Em contraponto, Mestre Pastinha pregava a
tradição da capoeira com um jogo matreiro, de disfarce e ludibriação, estilo
que passou a ser conhecido como Angola. Da dedicação desses dois grandes
mestres, a capoeira deixou de ser marginalizada, e se espalhou da Bahia para
todos os estados brasileiros.
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